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DIA DA REFORMA PROTESTANTE – RESUMO E APLICAÇÕES PRÁTICAS

31 de Outubro de 2022, comemoramos 505 da Reforma Protestante.

No Brasil, temos recebido uma forte influência pagã, que faz este dia ficar mais conhecido como Dia das Bruxas, assim também como nos EUA.

Precisamos conhecer e valorizar mais a nossa história. Sim, necessitamos saber como chegamos aqui, as lutas que cristãos tementes a Deus enfrentaram.

Por isso, reuni neste artigo as principais informações sobre a Reforma Protestante e como este movimento de mais de 500 anos se relaciona conosco ainda hoje.

Reforma Protestante: Resumo Histórico

dia da reforma protestante
Crédito: Fotolia / Eduardo Olszewski

Tendo sido profundamente influenciado pelas ideias dos pré-reformadores, Martinho Lutero prega três sermões entre os anos de 1516 e 1517.

Nestes sermões ele fala contra as indulgências, doutrina amplamente propagada pelos romanistas na época.

A finalidade principal das indulgências era angariar recursos financeiros através da exploração da fé.

Deste modo, os abusos aumentavam a cada dia. O Papa Leão X ofereceu indulgências para aqueles que dessem dinheiro para reconstrução da Basílica de São Pedro.

À medida que esta prática aumentava, surgem, inclusive, “profissionais perdoadores” que proclamavam a plenos pulmões:

“Assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do purgatório”.

Martinho Lutero e Johann Tetzel

Um dos maiores promotores da ideia acima, foi o frade dominicano, Johann Tetzel.

Tetzel, através de seu marketing agressivo acendeu ainda mais a indignação de Lutero.

Certamente, este acontecimento não foi a causa da Reforma Protestante, pois as causas eram muitas e diversas.

Mas talvez tenha sido o estopim, pois depois disso Martinho Lutero toma uma atitude marcante:

Martinho Lutero cravou, em 1517, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, 95 teses contestando este e outros tantos ensinamentos da Igreja Católica Romana.

Ensinos estes que se constituíam verdadeiros absurdos à luz, não só do ponto de vista ético, mas também da ortodoxia bíblica.

Eram uma perversão da doutrina dos Apóstolos.

Se você quiser ler as 95 Teses de Martinho Lutero na íntegra, pode conferi-las no final deste artigo ou baixá-las em PDF

BAIXAR AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO – PDF


Uma nova fase na História da Igreja

503 anos reforma protestante

Lutero, Calvino e os demais reformadores sacudiram a Europa do século XVI.

Estava começando, assim, uma nova fase na história da igreja cristã.

Alguns perguntam sobre a Reforma Calvinista, sobre o Luteranismo… Movimentos da Reforma, etc… veja um pouco mais sobre o assunto, acessando aqui

O pensamento reformado podia ser sintetizado pelas frases latinas, assim chamadas, cinco solas:

  • Sola Fide – Somente a Fé
  • Sola Scriptura – Somente a Escritura
  • Solus Christus – Somente Cristo
  • Sola Gratia – Somente a Graça e
  • Soli Deo Gloria – Glória somente a Deus.

Dentre estes pontos, a base parecia ser o Sola Scriptura, a Bíblia como a única, eficiente e suficiente fonte de verdade para todo cristão.

Ou seja, não mais a tradição nem a palavra do papa, considerado o vicário de Cristo pelo catolicismo.

A importância e exclusividade da Escritura para Lutero, fica-nos clara através de suas conhecidas palavras:

“Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir.”

O reformador, certamente, não estava tratando de teorias ou poetizando.

Lutero havia sido liberto da grande decepção de não conseguir justificar-se por suas obras de justiça própria.

O texto de Romanos 1:17 – “O justo viverá pela fé” – mudou a sua vida.

Martinho Lutero também demonstra crer na suficiência da Bíblia ao trabalhar para traduzi-la do latim para o alemão.

A finalidade era torná-la acessível ao máximo de cristãos possível, o que até então havia sido vetado pela igreja,

Isso porque, a igreja asseverava que a Escritura só poderia ser autenticamente interpretada pela tradição católica, o magistério católico.

Precisamos de uma nova Reforma Protestante?

31 de Outubro comemoramos o Dia da Reforma e precisamos nos perguntar:

Será que nós precisamos de uma nova Reforma Protestante em nossos dias?

Não é necessário ler densos volumes de livros de história para notar pontos em comum.

Um breve resumo do contexto histórico da Reforma Protestante já é o suficiente para identificarmos grandes semelhanças com os nossos dias.

Hoje, o cristianismo é constituído basicamente por católicos e protestantes.

Porém apesar de o protestantismo ser um reflexo da Reforma Protestante do Século XVI, temos grandes incoerências.

Muitos pastores evangélicos têm demonstrado grande ignorância com relação à história do protestantismo, se não com relação ao próprio Evangelho.

Parece que estamos vivendo na Idade Média novamente.

Ensinos errados nos nossos dias

O ensinamento de grande parte da igreja evangélica hodierna assemelha-se com a doutrina católica daquela época da Reforma Protestante:

Temos o misticismo evangélico:

505 anos após a Reforma Protestante ainda vemos esta tendência, evidenciada por frases do tipo

“Cuidado para não atrair maldição para a sua vida, pois a palavra tem poder”

A fé em objetos:

Uma das questões que suscitaram a Reforma Protestante foi a exploração da fé das pessoas através da venda de objetos.

O que temos atualmente? A “arquinha”, o “cajadinho” de Moisés, o sal e a rosa ungida, dentre outros.

O surgimento de novos apóstolos.

Este fato se opõe à doutrina do sacerdócio universal dos crentes, defendida por Lutero durante a Reforma Protestante.

Mas em primeiro lugar, não existe base bíblica para continuidade do apostolado.

Em segunda lugar, muitos acham, em relação a oração dos supostos “apóstolos” modernos que Deus as ouve mais rápido.

Não poucos imaginam que a oração destes é mais poderosa.

Deduzem que Deus resolverá fazer por dos “apóstolos” atuais, algo que não estava disposto a fazer por meio da oração de qualquer outro crente.

Também à suficiência da Escritura é ataca, pois se temos novos apóstolos, podemos ter novas doutrinas.

Por fim, refaz a distinção entre clérigos e leigos.

O legalismo:

Este apregoa uma espécie de salvação por obras.

A indulgência agora não é mais para tirar um parente do purgatório como denunciado na Reforma Protestante.

A mensagem atual de Tetzel é a teologia prosperidade financeira e a lei da recompensa.

Assim, grande parte da liderança evangélica brasileira tem agido como os papistas medievais.

Os cristãos, entretanto, que repugnam este desdém à Escritura, têm algo a fazer.

Assim como Martinho Lutero, João Calvino, Huldreich Zwínglio e Knox, estão diante de um grande desafio: lutar pela pureza do evangelho.

Não se trata, contudo, de sermos “ativistas reformados”, mas termos em mente e na prática a seguinte verdade:

Somente a Escritura é a verdadeira, infalível e suficiente Palavra de Deus.

Certamente, não são as novas revelações, sonhos e visões humanistas que emanam de corações errantes.

Não precisamos de inovações nem modismos religiosos.

No Dia da Reforma Protestante e em todos os demais dias de nossa vida, temos uma grande necessidade…

Necessitamos urgentemente retornar àquela verdade, que não é ultrapassada nem moderna, é a eterna Palavra de Deus.

Que o Senhor faça de cada crente diligente, um novo reformador em nossos dias, que dê ousadia e poder e opere um avivamento genuíno em nossa nação!

Quais são os 5 Solas da Reforma Protestante?

Os Cinco Solas foram os slogans dos reformadores durante a Reforma Protestante do Século XVI.

Os termos originalmente aparece em latim, mas sua tradução é bastante simples e indutiva.

  • “Sola” pode ser traduzido como “somente”
  • “Scriptura” significa Escritura
  • “Gratia” é Graça
  • “Fide”, a tradução é Fé.
  • “Chritus” é Cristo
  • “Deo Gloria”: Deus Glória

Entenda abaixo cada um dos Cinco “Solas” da Reforma Protestante, como eles se aplicam e os versículos bíblicos nos quais se apoiam

Sola Scriptura – Somente a Escritura

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra.”

2 Timóteo – Capítulo 3 – Versículos: 16 e 17

A Bíblia é a principal fonte de revelação de Deus ao homem e também a única regra de fé e norma de conduta de vida e de prática.  

Tudo precisa passar pelo crivo da Palavra de Deus: As tradições humanas por mais antigas e confiáveis que sejam…

Os dogmas, as crenças e as doutrinas, as decisões dos concílios, as confissões de fé…

Tudo precisa passar pelo escrutínio bíblico.

O princípio Sola Scriptura da Reforma Protestante vem reestabelecer a posição de autoridade da Escritura.

Autoridade sobre toda tradição humana e sobre toda experiência mística e espiritual do homem.

Ou seja, não é a tradição que julga a Bíblia, mas é a Bíblia que julga a tradição.

Não são as experiências espirituais, místicas e arrebatadoras que julgam a Bíblia, mas sim a Bíblia que julga as experiências;

Deste modo, qualquer experiência que esteja em contradição com as Escrituras deve ser rejeitada e repudiada imediatamente.

Os ensinos sem respaldo bíblico devem ser rejeitados

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro Evangelho além do que já recebestes, seja anátema.”

Gálatas – Capítulo 1 – Versículos 8 e 9

Martinho Lutero disse algo muito interessante sobre isso:

“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias.”    

Lutero disse a Erasmo de Roterdã:

“Erasmo, a diferença entre você e mim é que você se coloca acima das Escrituras, enquanto que eu me coloco debaixo das autoridades das Escrituras.”  

Sola Fide – Somente A Fé       

“Pois não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé.”

Romanos – Capítulo 1 – Versículos 16 e 17  

O princípio Sola Fide da Reforma Protestante vem rearfimar a doutrina bíblica da justificação pela fé.

A justificação é pela fé e somente pela fé, independentemente das obras da lei;

Ou seja, a base da salvação não são as “boas obras” do esforço humano, mas sim o sacrifício vicário e substitutivo de Cristo Jesus na cruz do Calvário.       

Ao crer em Cristo o homem recebe de Deus a salvação através da fé, e não através de obras de caridade.

O Cristão e as boas obras    

Muito embora o cristão, salvo em Jesus deva praticar boas obras, as boas obras do cristão são consequência da salvação e não a causa da salvação;

Isto é, o cristão pratica boas obras por que é salvo e não para ser salvo.

Assim, a fé não é a causa da salvação, mas o instrumento pelo qual o pecador perdido se apropria da mesma.

Essa foi uma grande ênfase feita na Reforma Protestante, não como uma nova doutrina, mas como um retorna ao verdadeiro ensino bíblico.      

“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.” (Rm 3.28).       

Martinho Lutero dizia que Sola Fide é o artigo sobre o qual a Igreja se mantém de pé ou cai.

Isso porque deixar de crer que a salvação é pela graça mediante a fé não somente deixa o homem sem salvação, mas também levará a Igreja à ruína.       

A coluna vertebral da fé cristã é o Sola Fide, pois distingue a Igreja Protestante da Igreja Católica.

É também, o Sola Fide, a doutrina que a Igreja de Roma não crê, ao contrário disso, ela ensina que a salvação é através da fé somada às boas obras.  

Sola Gratia – Somente A Graça       

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

Efésios 2 – versículos 8 e 9

O princípio Sola Gratia da Reforma Protestante destaca a verdade bíblica de que o pecador é escolhido por Deus para a salvação não por causa de si.

Não por causa de seus méritos, suas obras ou em virtude de sua religiosidade; mas pela graça que é um dom imerecido de Deus.

O que é graça? Graça é o que Deus dá ao homem mesmo sem o homem merecer.

Este também vai ser um ponto muito enfatizado por Martinho Lutero e Calvino durante a Reforma Protestante.

Uma história que ilustra o conceito de graça

Certo professor de Escola Bíblica Dominical de uma congregação trabalhava com crianças carentes de uma favela perto da Igreja.

Em um determinado dia resolveu comprar algumas roupas para um menino pobre que morava no alto do morro da favela.

O menino, ao ver o professor subindo a ladeira em direção à sua casa, não imaginava que o professor estava indo à sua casa para levar um presente.

Ele imaginava que o professor estava indo à sua casa cobrar frequência do menino às reuniões da igreja, por isso pegou algumas pedras e as jogou no professor.

O professor ficou bastante ferido e, sangrando, precisou ir ao hospital.       

Um dia depois, para surpresa do menino, o professor sobe a ladeira novamente em direção à sua casa, e bate à porta, o pai do menino atende ao professor.       

O professor então diz ao pai:

“Eu vim trazer estes presentes para o seu filho.”

E absolutamente constrangido e envergonhado, o pai diz ao professor:

“Professor, meu filho não pode receber estes presentes, por que não é merecedor. Foi justamente ele quem lhe atirou as pedras que lhe feririam ontém.”       

O professor então responde ao pai:

“Seu filho não merece, mas seu filho precisa!”

Isto é graça. Graça é o que não merecemos, mas o que desesperadamente precisamos.

Precisamos de salvação por que estamos perdidos em delitos e em pecados, mas não merecemos a salvação por que somos pecadores.

Então, Deus nos dá a salvação (que precisamos por que estamos perdidos), mas que não merecemos (porque somos pecadores) pela graça.

Veja o que a Bíblia diz sobre a graça de Deus     

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

Efésios – Capítulo 2 versículos 4 ao 9  

Solus Christus – Somente Cristo       

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”

Atos – Capítulo 4 – versículo 12       

O princípio Solus Christus da Reforma Protestante reestabeleceu uma incontroversa e irrefragável verdade:

que entre Deus e os homens, existe um único mediador, o Senhor Jesus Cristo.

Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”

I Timóteo – Capítulo 2 – versículo 5       

Solus Christus afirma a verdade bíblica que Jesus é o único Senhor e Salvador.

Não existe salvação em nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que os pecadores sejam salvos.       

Solus Christus afirma que Jesus é o único caminho para Deus e a única porta de entrada para o céu.

Solus Christus significa que o acesso do homem a Deus não é por meio de Maria, não é por meio de Pedro, nem tão pouco por qualquer santo;

mas unicamente e exclusivamente por meio do Filho de Deus.       

Jesus é o único caminho para Deus:

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”

João – Capítulo 14 – versículo 6   

Embora seja o único caminho para Deus, Jesus não é o caminho que o homem procura seguir para chegar a Deus.

Para chegar a Deus, via de regra, o homem prefere seguir o caminho da religião.       

Transitam pelo caminho da religião para chegar a Deus as pessoas que dizem assim:

“Eu vou à Igreja aos domingos, dou dízimo e participo de algumas atividades da Igreja. Então, minha entrada no céu está garantida!”     

A religiosidade não pode salvar  

Ao morrerem, as pessoas que querem se achegar a Deus transitando pelo caminho da religiosidade entram em uma eternidade de condenação.

Mesmo as pessoas super religiosas, sem experimentar a verdadeira conversão e transformação, jamais herdarão os céus.       

Não importa se o caminho é o hinduísmo, que afirma que no final das minhas reencarnações eu me unirei a Brahma;

Ou se eu sigo os 8 passos do budismo, tratando de me livrar dos meus desejos egoístas;

Ainda se eu sigo o caminho da obediência a Alá…

No final das contas, todos estes caminhos nos deixam perdidos no deserto, e ao chegar a morte não nos livram da condenação eterna!       

Confúcio disse:

“Eu nunca disse que era santo!”

Jesus pergunta quem lhe acusa de pecado (Jo 8.46), ninguém lhe aponta o dedo.       

Maomé disse corretamente:

Se Deus não tem misericórdia de mim, eu não tenho esperança!

Jesus é a própria misericórdia de Deus, manifesta a nós. A vida eterna está Nele.       

Buda disse:

“Eu sou alguém em busca da verdade!”;

Mas Jesus diz que Ele próprio é a verdade (Jo 14.6).       

Confúcio ensinou por aproximadamente 22 anos, tempo similar ao que Maomé ensinou, enquanto que Buda ensinou por aproximadamente 25 anos.

Confúcio, Maomé e Buda, juntos, ensinaram por quase 70 anos.

Jesus Cristo, por outro lado, ensinou por apenas 3 anos, mas nenhum outro personagem da História impactou o curso da civilização como Cristo…  

Confúcio morreu divorciado.

Maomé teve 11 esposas e várias concubinas, apesar de que o alcorão permitir 4 esposas

Buda abandonou a esposa e o filho.

Mas Jesus Cristo morreu sem pecado.  

Não há comparação entre Jesus e absolutamente ninguém. Ele é único, incomparável e insubstituível.

Os homens e mulheres mais piedosos na face da Terra jamais podem ser vistos da mesma forma que Cristo.

Soli Deo Gloria – Glória Somente a Deus   

“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”

Romanos – Capítulo 11 – Versículo 36     

O princípio Soli Deo Gloria da Reforma Protestante vem restaurar o Teocentrismo ao invés do Antropocentrismo;

ou seja, que é Deus e não o homem o centro e a medida de todas as coisas.    

Ao contrário de Deus viver para a glória do homem, é o homem que deve viver para o louvor da glória de Deus.

A primeira pergunta do Catecismo Maior de Westminster é:

“Qual é o fim supremo e principal do homem?”

A resposta é que:

“O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre.”       

A idéia principal, central e fundamental do Soli Deo Gloria é que a razão pela qual Deus faz todas as coisas é para sua própria glória.

Sendo assim nós também deveríamos fazer todas as coisas para a glória de Deus:       

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”

I Coríntios – Capítulo 10 – versículo 31)

Que não somente no Dia da Reforma Protestante, na comemoração de 505 anos de aniversário, façamos dos 5 Solas o nosso lema e a nossa prática.

As 95 Teses de Lutero

503 anos da reforma protestante

DEBATE PARA O ESCLARECIMENTO DO VALOR DAS INDULGÊNCIAS
PELO DR. MARTIN LUTHER, 1517

Por amor à verdade e no empenho de elucidá-la, discutir-se-á o seguinte em Wittenberg, sob a presidência do reverendo padre Martinho Lutero, mestre de Artes e de Santa Teologia e professor catedrático desta última, naquela localidade.

Por esta razão, ele solicita que os que não puderem estar presentes e debater conosco oralmente o façam por escrito, mesmo que ausentes.

Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Obs.: Apenas com a finalidade de ficar mais fácil a leitura, vamos dividir as 95 teses de Lutero em grupos de 10 teses

Teses 1 à 10

1 Ao dizer: “Fazei penitência”, etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.

2 Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).

3 No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.

4 Por consequência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.

5 O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.

6 O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.

7 Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.

8 Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.

9 Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.

10 Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.

Teses 11 à 20

11 Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.

12 Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.

13 Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.

14 Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.

15 Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.

16 Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.

17 Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.

18 Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.

19 Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza.

20 Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.

Teses 21 à 30

21 Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.

22 Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.

23 Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.

24 Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.

25 O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.

26 O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.

27 Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].

28 Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.

29 E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.

30 Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.

Teses 31 à 40

31 Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.

32 Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.

33 Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus.

34 Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.

35 Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.

36 Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.

37 Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência.

38 Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.

39 Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.

40 A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto.

Teses 41 à 50

41 Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.

42 Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.

43 Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.

44 Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.

45 Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.

46 Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.

47 Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.

48 Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.

49 Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.

50 Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

Teses 51 à 60

51 Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.

52 Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.

53 São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.

54 Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.

55 A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.

56 Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.

57 É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.

58 Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.

59 S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.

60 É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.

Teses 61 à 70

61 Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente.

62 O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63 Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.

64 Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.

65 Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.

66 Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.

67 As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.

68 Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz.

69 Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.

70 Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.

Teses 71 à 80

71 Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.

72 Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.

73 Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,

74 muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade.

75 A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.

76 Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.

77 A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.

78 Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como está escrito em 1 Co 12.

79 É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.

80 Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.

Teses 81 à 87

81 Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.

82 Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante?

83 Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?

84 Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito?

85 Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?

86 Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?

87 Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?

Teses 88 à 95

88 Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?

89 Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?

90 Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.

91 Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.

92 Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: “Paz, paz!” sem que haja paz!

93 Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: “Cruz! Cruz!” sem que haja cruz!

94 Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;

95 e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.

1517 A.D.

CONCLUSÃO

Aprendemos muito com a Reforma Protestante do Século XVI e os reformadores.

Foram homens importantes naquele contexto. Lutaram pela manutenção da verdade de Deus.

Nós também não deveríamos fazer o mesmo?

Não se trata de nos tornarmos “ativistas reformados”, mas sim de pregarmos o Verdadeiro Evangelho.

Voltemo-nos para a Eterna Verdade de Deus.

31 de Outubro, para nós, é o dia da Reforma Protestante e não o Halloween.

Infelizmente, mesmo após 505 anos de Reforma Protestante, é possível observar que a alma do evangélicos brasileiros ainda permanece católica.

Confira este artigo do Dr. Augustus Nicodemus: A Alma Católica dos Evangélicos no Brasil.

Ainda temos muito a fazer. Portanto, vamos erguer as mangas, estudar e proclamar o genuíno Evangelho.

Sola Scriptura!!

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