Estudo em Filipenses 4:6 – Não andeis ansiosos…
Filipenses 4:6 é um versículo cujo estudo nos revela o que a bíblia tem a nos ensinar sobre a ansiedade.
Assim, vemos que a ansiedade é uma doença perigosa conforme exposto aqui.
A ansiedade é a maior doença do século.
Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, mais de 50% das pessoas que passam pelos hospitais são vítimas da ansiedade.
Deste modo, a ansiedade atinge adultos e crianças, doutores e analfabetos, religiosos e ateus.
A ansiedade é um pensamento errado e um sentimento errado a respeito das circunstâncias, das pessoas e das coisas.
Assim sendo, ela acaba por evidenciar uma falta de confiança na proteção e cuidado de Deus.
Filipenses 4:6 apresenta-nos as causas da ansiedade:
Olhar para os problemas
Em primeiro lugar, a ansiedade é o resultado de olharmos para os problemas, em vez de olharmos para Deus.
Os crentes de Filipos não estavam vivendo em um paraíso existencial, mas num mundo cercado de perseguições (Filipenses 1.28).
O próprio Paulo estava preso, na ante-sala do martírio, com os pés na sepultura. Nuvens pardacentas se formavam sobre sua cabeça.
Quando olhamos as circunstâncias e os perigos à nossa volta, em vez de olharmos para o Deus que governa as circunstâncias, certamente, ficamos ansiosos.
Relacionamentos quebrados
Em segundo lugar, a ansiedade é o resultado de relacionamentos quebrados.
As pessoas nos fazem sofrer mais do que as circunstâncias, pois nós desapontamos as pessoas, e elas nos desapontam.
As pessoas, portanto, têm a capacidade de roubar a nossa alegria.
Há pessoas que carregam uma alma ferida e são prisioneiras da amargura, pois os relacionamentos estão estremecidos (Filipenses 2.1-4; 4.2).
Preocupação com coisas materiais
Em terceiro lugar, a ansiedade é o resultado de uma exagerada preocupação com as coisas materiais (Filipenses 3.19).
Aqueles, portanto, que só se preocupam com as coisas materiais vivem inquietos e desassossegados.
Aqueles que põem a sua confiança no dinheiro, em vez de pô-la em Deus, descobrem, então, que a ansiedade, e não a segurança, é a sua parceira.
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3 Resultados da ansiedade em Filipenses 4:6
Estrangulamento da alma
Primeiramente, a ansiedade produz uma estrangulação íntima. A palavra “ansiedade” traz ideia de estrangulamento.
Ficar ansioso é como ser sufocado. E como cortar o oxigênio de uma pessoa e tirar dela a possibilidade de respirar.
A ansiedade produz uma fragmentação existencial. A pessoa é rasgada ao meio. Ela produz uma esquizofrenia emocional. A pessoa ansiosa perde o equilíbrio.
Warren Wiersbe diz que a palavra “ansiedade” significa ser “puxado em diferentes direções”.
As nossas esperanças, certamente, nos puxam em uma direção; os nossos temores nos puxam em direção oposta; assim, ficamos rasgados!
Forças roubadas
Em segundo lugar, a ansiedade rouba nossas forças já que uma pessoa ansiosa normalmente antecipa os problemas.
Ela sofre antecipadamente, pois o problema ainda não aconteceu e ela já está sofrendo, assim a ansiedade esgota a energia antes de o problema chegar.
E quando o problema chega, se chegar, a pessoa já está fragilizada.
A voz da incredulidade
Em terceiro lugar, a ansiedade é uma eloquente voz da incredulidade.
A ansiedade é a incapacidade de crer que Deus está no controle.
Inegavelmente, a ansiedade ocupa o nosso coração quando tiramos os olhos da majestade de Deus para fixá-los na grandeza dos nossos problemas.
A oração, contudo, é o remédio divino para a cura da ansiedade (Filipenses 4.6)
Deus não apenas dá uma ordem: “Não andeis ansiosos”, mas oferece a solução. Não apenas diagnostica a doença, mas também oferece o remédio.
Se a ansiedade é uma doença, a oração é o remédio. William Hendriksen diz que o antídoto adequado para a ansiedade é abrir efusivamente o coração a Deus.
Lidamos com a ansiedade não com livros de autoajuda, mas com a ajuda do alto.
Triunfamos sobre ela não batendo no peito em uma arrogância ufanista, mas caindo de joelhos e lançando sobre Cristo a nossa ansiedade.
Onde a oração prevalece, certamente a ansiedade desaparece.
William Barclay corretamente afirma:
“Não existe nada demasiadamente grande para o poder de Deus nem demasiadamente pequeno para o Seu cuidado paternal”.
O remédio de Deus deve ser usado de acordo com a prescrição divina.
Paulo, então, fala sobre três palavras para descrever a oração: oração, súplica e ações de graças.
3 Elementos da oração em Filipenses 4:6
No estudo de Filipenses 4:6 podemos aprender que a oração envolve esses três elementos:
Adoração na oração
Primeiramente, Paulo diz que precisamos adorar a Deus quando oramos.
A palavra grega proseuche é o termo genérico para oração.
Essa palavra é um termo geral usado para se referir às petições que fazemos ao Senhor.
Tem a conotação de reverência, devoção e adoração. Sempre que nos vemos ansiosos, a primeira coisa a fazer é ficar sozinhos com Deus e adorá-Lo.
Ou seja, precisamos saber que Deus é grande o suficiente para resolver os nossos problemas.
A oração começa quando focamos a nossa atenção em Deus, e não em nós mesmos.
O ponto culminante da oração é o relacionamento com Deus, mais do que pedir coisas a Deus.
Orar é estar em comunhão com o Rei do Universo. Adoramos a Deus por quem Ele é.
Em vez de ficarmos ansiosos, devemos meditar na majestade de Deus e descansar nos Seus braços.
Quer dizer, se Deus é quem Ele é, já que Ele é o nosso Pai, não precisamos ficar ansiosos.
Necessidades na oração
Em segundo lugar, Paulo diz que podemos apresentar a Ele as nossas necessidades quando oramos.
A palavra grega deesis enfatiza o elemento de petição, a súplica em oração.
Devemos apresentar todas as nossas necessidades a Deus em oração, em vez de acumular o peso da ansiedade em nosso coração.
Afinal, o próprio Senhor Jesus nos ensinou: “Pedi, e dar-se-vos-á…” (M t 7.7) e “…tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei” (Jo 14.13).
Além disso, Tiago escreveu: “Nada tendes, porque não pedis” (Tg 4.2).
Gratidão na oração
Em terceiro lugar, Paulo diz que devemos agradecer a Deus quando oramos. Devemos olhar para o que Deus já fez por nós para não ficarmos ansiosos (SI 116.7).
Todavia, devemos agradecer também o que Deus vai fazer. Deus desbarata os nossos inimigos quando nos voltamos para Ele com ações de graças (2Cr 20.21).
Quem escreveu Filipenses foi o Apóstolo Paulo e o próprio Paulo, quando plantou a igreja em Filipos, foi açoitado e preso.
Não obstante a dolorosa circunstância, agradeceu a Deus, cantando louvores na prisão (At 16.25).
Quando o profeta Daniel foi vítima de uma orquestração na Babilônia, longe de ficar ansioso, orou a Deus com súplicas e ações de graças (Dn 6.10,11).
Assim sendo, Daniel foi capaz de passar a noite, em perfeita paz, com os leões, enquanto o rei no seu palácio não conseguiu dormir (Dn 6.18)
Conclusão:
Em conclusão, o que quer dizer Filipenses 4:6 é que temos um grande motivo para não sermos tomados pela ansiedade:
Saber que podemos levar diante de Deus, em oração, todas as nossas necessidades, ou seja, podemos colocar tudo diante Dele e descansar o nosso coração.
Ele sabe de todas as coisas, mas ainda assim deseja que você faça conhecida a sua necessidade, quer dizer, que você fale o que tanto te apavora.
Bibliografia
Lopes, Hernandes Dias: Comentário Expositivo de Filipenses
Martin, Ralph Filipenses: Introdução e comentário
Wiersbe, Warren. Comentário Bíblico Expositivo
Hendriksen, William. Efésios e Filipenses
Barclay, William. Filipenses, Colosenses, I y I I Tesalonicenses
Bru ce, F. F. Filipenses
Barton , Bruce B. et all. Life application Bible commentary on
Philippians
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