O Filho Pródigo
O amor restaurador do Pai e a volta do pródigo ao lar
Em Lucas 15 Jesus contou três parábolas imortais. Todas elas têm a mesma ênfase:
a restauração dos que haviam se perdido. Há algumas progressões nessas parábolas:
de cem ovelhas, uma se desviou; de dez moedas, uma foi perdida; de dois filhos, um abandonou a casa paterna.
A ovelha se desviou por descuido; a moeda foi perdida por negligência; o filho foi embora de casa por ingratidão. Nos três casos, há um processo de busca ou espera.
As parábolas terminam com o mesmo enfoque, a alegria do reencontro com os que se haviam perdido. As três parábolas, embora com nuances diferentes, têm a mesma lição central:
Deus ama os pecadores, mesmo aqueles que são enjeitados pela sociedade, ou rejeitados pela religião.
Deus se alegra na salvação deles e festeja a sua volta ao lar. Vamos nos deter, agora, na última parábola.
Embora essa seja mundialmente conhecida como a parábola do filho pródigo, sua lição central recai não na fuga do filho rebelde, nem mesmo no seu arrependimento e volta ao lar, mas no amor gracioso do pai.
A despeito do pródigo não valorizar o conforto do lar nem a companhia do pai e do irmão;
a despeito do pródigo pedir sua herança antecipada e assim, considerar o seu pai morto;
a despeito do pródigo romper os laços com sua família de forma tão radical e sair para uma terra distante para viver na dissolução, esbanjando os seus bens com os prazeres do pecado;
a despeito do pródigo, com profunda ingratidão, ter calcado debaixo dos seus pés o amor do pai e todos os valores morais aprendidos com ele;
a despeito do pródigo ter esbanjado toda a herança com vida desregrada e colher os frutos amargos de sua maldita semeadura;
a despeito do pródigo voltar para casa maltrapilho e sujo, arruinado e falido, o pai corre ao seu encontro, o abraça, o beija, o restaura e celebra a sua volta.
Esse amor restaurador do pai tem algumas características:
Em primeiro lugar, é o amor que procura e espera a volta do pródigo.
Não é o homem perdido que busca a reconciliação com Deus; é Deus quem o procura, quem muda seu coração e quem o recebe de volta.
Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. Tudo procede de Deus. É ele quem nos escolhe, chama, justifica, glorifica e festeja a nossa volta aos seus braços.
Em segundo lugar, é o amor que perdoa e restaura o pródigo.
O filho pródigo não foi recebido de volta como um escravo, mas como filho.
O pai corre ao seu encontro e o abraça e o beija. O pai manda lhe colocar vestes novas, sandálias nos pés e anel no dedo.
O perdão é real e a restauração é completa. Para sermos reconciliados com Deus, três atitudes divinas foram tomadas:
Primeiro, Deus não imputou a nós as nossas transgressões (2Co 5.19).
Segundo, Deus colocou as nossas transgressões sobre Jesus (2Co 5.21a).
Terceiro, Deus imputou a justiça de Cristo a nós (2Co 5.21). Estamos não apenas de volta ao lar, mas também perdoados e justificados.
Em terceiro lugar, é o amor que celebra a volta do pródigo ao lar. Deus não só perdoa e restaura, ele também festeja a volta do filho prodigo ao lar.
Há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. Houve festa, música e alegria na casa do Pai, porque o filho que estava perdido foi encontrado, o filho que estava morto, reviveu.
Deus se alegra quando os pródigos voltam para casa. Deus celebra com entusiasmo quando os pecadores se arrependem.
Os anjos de Deus comemoram a chegada dos pródigos ao lar paterno. Deus tem prazer na misericórdia. Ele se deleita na salvação dos perdidos.
Oh, amor bendito! Oh, graça infinita! Oh, salvação gloriosa!
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